Além da UFMT, 43 universidades estão em greve e sem perspectiva de retorno

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Olhar Direto
Quarenta e três universidades já aderiram à paralisação nacional da qual a Federal de Mato Grosso (UFMT) está inserida. De acordo com os membros do Comando de Greve, as negociações com o Governo Federal ainda não tiveram avanços e não há uma estimativa de retorno às atividades. A expectativa é que até o final desta semana o número de universidades paralisadas pelo Brasil chegue a 50.

“Eu acredito que esta greve não durará o mesmo que a mais longa que já tivemos”, estima o professor do Instituto de Linguagens Maurélio Meneses. A paralisação mais demorada a qual Meneses se refere durou quatro meses.

Os grevistas explicam que a paralisação não é apenas por reajuste salarial. “O que está sendo pensado é o modelo da universidade pública. Nós estamos pensando na manutenção do ensino da pesquisa e da extensão”, afirma o Carlos Roberto Sanches, do Instituto de Ciências Exatas e das Terras. “Não tem como um professor fazer dedicação exclusiva com um salário desses”, completa.

O menor salário inicial de um professor universitário para o regime de 20 horas, de acordo com os grevistas, é em apenas R$ 557,51. A baixa remuneração, argumentam, é reflexo de pelo menos uma década de sucateamento da educação no país. “Pelo menos 90% de toda a produção técnico científica do Brasil é feita nas universidades”, diz Sanches. “Com esse salário não tem como manter isso”, completa.

O Plano de Carreiras e Salários (PCCS) dos professores foi pensado ao longo de anos pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). A proposta que os servidores apresentaram para o governo inclui um salário inicial para os professores universitários equiparado com os cálculos do salário mínimo estimado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que hoje está em R$ 2.329,35.

O professor de engenharia elétrica Dorival Gonçalves, que possui 31 anos de carreira, inclusive, mostrou seu holerite para não deixar dúvidas. Ele está no nível mais alto de sua categoria e recebe R$ 2.316 por mês.

A negociação dos professores com o governo começou ainda no ano passado. Na ocasião, os grevistas ganharam um aumento de 4% e a incorporação da Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas), mas a luta pelo PCCS continuou. No início deste ano, o negociador oficial do governo com a categoria morreu, o que atravancou ainda mais a relação.

 

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